A mulher e os táxis

A MULHER E O TÁXI

"Joana uma mulher ao volante de um táxi"

É apenas uma entre algumas mulheres que (cada vez mais) vão aparecendo ao volante de um táxi. E não é por vergonha que "Joana" opta por um nome fictício, até porque facilmente conta a sua história a alguns passageiros. É a família e a pequenez do meio que impedem a exposição. Apesar de contraditório, prefere manter a sua frontalidade sem um rosto.

Quando tirou o curso de três meses para ser taxista, era a única mulher entre 20 homens. Na empresa onde trabalha continua a ser a única representante do sexo feminino. Mas "Joana" prefere não ver as coisas por esse ângulo. Só sentiu na pele a desconfiança dos colegas uma vez. “Mulher minha não andava aqui”, ouviu pela janela do carro. Resolveu o assunto como habitualmente. Fechou a janela e ignorou.
Antes das 8 da manhã, sobe a Calçada de Carriche até chegar à praça de táxis do Hospital Pulido Valente. É aí que normalmente apanha o primeiro passageiro e a partir dessa altura segue ao sabor dos restantes pedidos. Mas no volante quem manda é "Joana". Tem sido sempre assim.
Foi ela quem pôs fim a um emprego confortável e a um casamento porque começou a achar que “a vida não prestava para nada”. Foi ela quem montou um novo negócio com um novo amor (e ambos não resultaram). E foi ela quem decidiu abrir um salão de cabeleireiro, mesmo sabendo que isso punha em risco o casamento de então.
“Isso da emancipação da mulher para mim não pega. Se nos nos dedicarmos à profissão, o casamento fica para trás”. Se pudesse escolher, tinha hoje um casamento estável em vez de um trabalho. Não foi esse o caminho que seguiu e, para alguém que tem o romantismo em tão boa conta, não deve ser fácil.
Depois de perder quase tudo valeu-lhe o carro. Curou a depressão a conduzir. Guiava até ao Cabo da Roca e parava para pensar. Enquanto vendia tudo o que tinha sem preocupações com o futuro, uma brincadeira das amigas soou mais séria do que devia. “Tu davas uma boa taxista”, disseram-lhe. E ela nem se lembrava de alguma vez ter andado de táxi.
Na festa dos seus 49 anos conheceu um taxista e apaixonou-se de novo. E, mais uma vez, foi o trabalho que a afastou do amor. Contra a opinião do companheiro, Joana, com 50 anos, decidiu: se não arranjasse emprego até ao fim do ano iria ser taxista. Depois de uma entrevista de emprego desanimadora, encontrou uma mulher taxista na rua. A brincadeira das amigas tornou-se real.
"Joana" percorre as ruas sem a pressa atribuída à maior parte dos taxistas. Mas esta segurança engana: a profissão só lhe chegou às mãos há um ano. Mas também já tem sentimento de classe, fala no colectivo quando tem de falar dos problemas da profissão.
No caso dela é a pressão de faturar. Num monte de folhas guarda tudo o que ganhou desde o primeiro dia. Se num dia conseguir juntar 100 euros, fica apenas com 35. O resto é entregue ao patrão. E tudo isto em dias de trabalho de, muitas vezes, 14 ou 15 horas.
“As mulheres taxistas são pacatas”. Pelo menos as que conhece. “Não as vejo a dizer palavrões ou a jogar às cartas”. E esta última tirada é dirigida aos colegas homens. É na sensibilidade que "Joana" encontra a maior diferença entre as mãos de um homem e as de uma mulher no volante. “Acho que podemos dignificar isto”. Dá um exemplo: uma vez, nenhum colega aceitava transportar um casal apenas porque um deles se movia numa cadeira de rodas e o trajecto era curto. "Joana" foi a única a transportá-los.
Talvez por isso se mantenha afastada dos colegas. Amigos taxistas só tem três. “Aprendi que quanto mais calada e de vidro fechado eu estiver melhor”. Só quer trabalhar, estar sossegada, ir ganhando o suficiente para a renda, para ir de vez em quando ao cinema ou ao teatro, no pouco tempo que tem livre.Aguenta este trabalho porque precisa do dinheiro e porque a distrai. “Entrego-me demais também para não sentir solidão”. Mas "Joana" gosta do que faz. O trabalho já lhe “curou” as insónias, a espondilose e duas artroses na coluna. Se lhe oferecessem um novo emprego, com o mesmo ordenado e à frente de uma secretária ou fechada numa loja não aceitava. Gosta de andar por aqui e ali. “Em liberdade”. Para onde a levarem.
De: Frederico Batista " Sapo"




AS MULHERES E OS TÁXIS:

A primeira taxista do mundo

Wilma Russey foi a primeira mulher taxista no mundo, Russey dedicou uma boa parte da sua vida a transportar ansiosos nova-iorquinos em torno da cidade, e ela fez isso em grande estilo. Na verdade, o seu primeiro cliente deu-lhe uma gorjeta generosa, porque ela estava a usar um chapéu de pele de leopardo.  Nada tem tanto sex appeal como pele de leopardo. 
Russey começou a sua carreira na moda, e começa a condução no dia de Ano Novo, em 1915. Ela não tinha apenas o compromisso de táxis, no entanto; ela também era um mecânico especializado e poderia reparar carros melhore, do que a maioria dos homens. Russey tem sido uma luz que tem liderado o caminho para outras mulheres a se envolverem na indústria automovel, em táxis e em outros lugares. Taxistas femininas são uma ocorrência comum nos dias de hoje, graças a Russey. Na verdade, mais em Nova Delhi, há um serviço de táxi que nós chamamos táxis  para Mulheres por Mulheres, uma empresa dedicada ao transporte de mulheres com segurança através da cidade perigosa.
Saudamos o trabalho pioneiro de Wilma K. Russey e agradecê-la por todas as estradas que ela abriu para as mulheres em todo o país e ao redor do mundo.

Wilma Russey primeira mulher motorista de táxi em Nova York em 1920

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A primeira mulher taxista no Paquistão:

Zahida Kazmi tem sido aclamada como a primeira taxista do Paquistão. Ela tem impulsionado a partir dos mercados lotados de Islamabad para o país tribal remoto no norte. Aqui em Nosheen Abbas ela conta sobre as suas duas décadas num mundo dominado pelos homens.
Em 1992, com a idade de 33 anos, recém-viúva Zahida Kazmi decidiu tornar o seu destino em suas próprias mãos e se tornar uma motorista de táxi.
Nascida numa família paquistanesa conservadora e patriarcal, ela voou em face dos desejos da sua família, mas com seis filhos para sustentar, ela sentiu que não tinha escolha.
Ela aproveitou o esquema de governo em que qualquer um poderia comprar um novo táxi em parcelas acessíveis. Ela comprou um táxi amarelo e levou para o aeroporto de Islamabad, todas as manhãs para pegar passageiros.
Quando a vi e o primeiro pensamento que me veio à mente foi que ela é a idade da minha mãe. Eu gostei da condução dela e nestes dias onde todos se sentem inseguros no Paquistão Eu me senti muito relaxado.
Num mundo perigoso e imprevisível, Zahida em primeira mantinha uma arma no carro para sua própria proteção e ela até começou por dirigir seus passageiros por aí, vestindo uma burca, uma vestimenta que cobre todo o corpo.
Os seus temores iniciais logo se dissiparam.
"Eu percebi que eu iria assustar os passageiros á distância", disse ela. "Então, eu só usava um [cobertura para a cabeça] hijab. Eventualmente eu parei cobrindo minha cabeça, porque eu fiquei mais velha."
Expondo-se ás quentes, e movimentadas ruas da cidade de Islamabad e dirigindo-se aos distritos rochosos adjacentes e remotas áreas tribais do Paquistão, Zahida diz que aprendeu muito sobre o país em que vivia, e sobre o seu povo. 

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Mulher taxista quebra barreiras contra preconceito no Afeganistão

O Afeganistão é um dos lugares mais difíceis para as mulheres e, apesar de algumas melhorias nos últimos anos, muitas ainda lutam para encontrar trabalho.


Sara Bayahi

 Em uma cidade do norte do país, porém, uma mulher está ajudando a quebrar barreiras, trabalhando como motorista de táxi - papel quase exclusivamente reservado aos homens.
"As pessoas precisam entender que as mulheres podem trabalhar. Sou uma mulher e tenho orgulho nisso. As mulheres deveriam ser mais corajosas e fazer o que eu faço" diz a taxista Sara Bayahi

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App nos EUA de táxis de mulheres para mulheres

Em Nova Iorque, uma nova aplicação promete revolucionar o mundo dos taxistas. SheTaxis e She Rides são as apps do novo serviço de táxis de Nova Iorque: táxis conduzidos por mulheres só para mulheres.
 Segundo a Reuters, o serviço vai estar disponível em Westchester e Long Island (SheTaxis) e em Nova Iorque (SheRides - devido à restrição do uso de «táxi» no nome) a partir de 16 de setembro.
 As mulheres que requisitarem este serviço serão conduzidas por uma mulher taxista com um lenço cor-de-rosa choque.
 Este serviço vem apaziguar o medo das mulheres em serem conduzidas por taxistas do sexo masculino.
 O serviço foi criado por Stella Mateo, mãe de duas meninas, que afirmou ao Times ficar mais descansada por ter uma taxista a transportar as filhas nos programas pós-escolar. Mateo quer expandir o serviço para outras cidades, como Chicago, Miami e Washington.
 Na Índia existe já uma frota de táxis só de mulheres (SheTaxi), assim como na Nova Zelândia. Também no Japão existem transportes para mulheres há mais de 100 anos, prática que foi reproduzida na Indonésia, Índia, Brasil, Guatemala, México, Paquistão e Irão.


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Madame Decourcelle

Madame Decourcelle, uma das motoristas de táxi de Paris no início da década de 1910. Segundo uma notícia do correspondente do The New York Times na capital francesa, "as mulheres taxistas que adornam as ruas de Paris são um sucesso e estão causando indignação entre seus colegas homens por conta desse sucesso. Os órgãos a quem compete a licença necessária para dirigir um táxi, pouco simpaticos à idéia, fizeram os mais severos testes e pelos menos meia dúzia de mulheres foram aprovadas por terem demonstrado grande conhecimento e habilidade nas ruas da cidade. (...) Por conta desse sucesso, alguns taxistas estão se fantasiando de mulheres, raspando seus bigodes e usando roupas femininas. De uma certa distância até que o disfarce dá resultado. Mas quando é descoberto, causa grandes risadas e depois protestos".


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